terça-feira, julho 10, 2007

Conselhos a mim mesmo


Francisco das C. Oliveira




Debaixo das aparencias de carne e sangue do meu corpo, vibra e palpita a Divindade Oculta.

Devo convencer-me de que nenhum homem, sobre a terra, foi dado o poder de perdoar os meus pecados, redimir as minhas culpas e preparar-me para o Reino dos Céus. Só a mim cabe reparar o mal que porventura causei ao meu irmão. Devo conquistar com o meu proprio esforço, dedicação e trabalho, o raro privilégio de penetrar na Camara do Mestre, para encontrar afinal, o CAMINHO a VERDADE e a VIDA!

Portanto, devo confessar a mim mesmo as minhas proprias culpas e julgar com imparcialidade sobre a extensão e gravidade de cada uma, com o propósito interior, inabalavel, de não reincidir em sua prática.

Em seguida, devo proceder a purificação do Templo, expulsando a chicotadas, os elementos indesejaveis - orgulho e vaidade, egoísmo e maldade - que pretendem transformar a Casa de Deus em um covil de ladrões.

Só então estarei em condições de comungar, em harmonização com o espírito de Cristo, presente em mim.

Para entrar em comunhão, não necessitarei de ajoelhar-se ou de prostrarme, fisicamente, diante de qualquer representação material da Divindade, pois como Místico, tenho sobejos motivos para crer que a minha personalidade-alma permanece humildemente postada, ao Centro da Catedral Invisivel, com os olhos voltados para o altar do Léste, sobre o qual arde permanentemente, sem se consumir, a "sarça ardente"que simboliza o Eterno.
(Escrito em 29/06/1962)

Francisco das Chagas Oliveira, meu pai, era autodidata, rosacruz, maçon, morreu aos 69 anos sem que suas crônicas, seus poemas, fossem lidas a não ser por ele mesmo... aos poucos irei divulgando algumas que recuperei após sua morte.


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